sábado, 23 de fevereiro de 2008

Escolha bem a que dar férias


Dezembro e janeiro passados e esse mês, eu resolvi tirar férias de tudo, digo, menos das Indomáveis Bestas Marroquinas, essa num dá para escapar nem com reza braba. Normalmente, as pessoas costumam tirar férias do que as incomodam ou que cansam suas belezas e esgotam suas energias. Em contrapartida, pra variar, como disse anteriormente, tirei férias de tudo, deixei de fazer até mesmo o que me dava muito prazer, como o yoga, os incansáveis happy hours regados, claro, a muita cevada e seguidos, severas vezes, de baladas, a internet, os pagodes, tirei férias até do meu carro, olha só, passei a ir a pé pra casa da minha avó, do meu irmão, da minha tia, pra manicure e até ao supermercado. Já tem até gente comentando: "Nossa como ela ta diferente", ontem mesmo um amigo me indagou via msn: "Dizalenda q c tah sussa, qq aconteceu? mi explica essa história!". Calma gente, assim eu me sinto anormal. Até fui chamada de velha. Céus!


Procurei apenas experimentar coisas novas ou reviver momentos, tomei banho de chuva, voltei a fazer as minhas máscaras faciais, li um livro diferente (O Livro Tibetano do Viver e do Morrer de Sogyal Rinpoche) e fiz descobertas nesse quesito, pois alguns tipos de leitura menos cobiçados não são, necessariamente, menos interessantes, recomendo.


Passei por um momento de reflexão e só voltei a fazer as coisas que me davam prazer, não só momentaneamente, mas, principalmente, a longo prazo. Isso não quer dizer que eu não vá aos happy hours com a galera das Incríveis Bestas Marroquinas, ou Indomáveis, tanto faz, ou que, se for, volte pra casa a pé, pelo contrário, continuo indo (de carro, claro), mas agora, sempre certa de que alguém irá me mostrar a saída da cidade (sempre Campinas) e me colocar, seguramente, na anhanguera rumo às minhas origens (Americana), certa de que alguém volte comigo conversando para eu não acordar no canteiro central da rodovia que me leva para casa à 120km/h e, ainda, certa de que a(o) co-piloto, tenha pelo menos algumas moedinhas, que quando juntadas com as minhas somem R$4,70, pois cortar o pedágio por Sumaré, à luz da lua e das estrelas, é uma tarefa um tanto quanto árdua.


Confesso que essas "férias de tudo" e esse "momento de reflexão" tenham trazido muitas coisas positivas, mas também, algumas coisas que não estavam no meu script. Se eu não queria sair, seja pra não beber ou não gastar ou, simplesmente, porque eu não estava disposta o bastante e coisa e tal, não é porque a SUA companhia não mais me agradava, muito menos porque fiz novas amizades, se eu não te ligo não é porque eu não gosto de você, mas sim porque passei a gostar mais de mim e sair quando queremos sair e não quando só você queria, será que é difícil entender o meu momento e deixar de ser mimada(o)? Sem dúvida eu fui mal interpretada, afinal tudo tem seu preço ou mais ou menos assim...Justo, por sinal!


Aos poucos tudo vai entrando nos eixos, hoje voltei pra aula de yoga, jurando que ia arrasar porque a turma é nova e eu sou velha, mas eu sou a mais nova da turma, pois são todos velhos (acho que fui infeliz no trocadilho, espero que eles não leiam). Mãããs, eis que na primeira alongada, percebi o quanto estava enferrujada, quase saí correndo achando que era tiroteio, porém, eram apenas meus ossinhos gritando de dor, me senti o Ó, no entanto me manti firme, fazia cara de bunda, mas não deixava de executar o ásana (nome dado às posições na prática corporal do yoga integral), a instrutora percebeu, claro, e no fim da prática colocou um mantra de meditação que coube como luva à minha situação. Moral da história: vide título.


Férias é bom SIM, melhor ainda quando concedidas por você mesmo, descansar é ÓTIMO, ter um tempo para poder respirar só traz benefícios ao corpo e à mente, recupera as energias e descansa a beleza que todos temos, a INTERIOR. Exatamente, todos temos, é só permitir que ela emerja.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Concupiscente é a mãe!

Ei você! É, você mesmo, por acaso é concupiscente? Não? Ufa! Já se deslindou hoje? Não sabe? Mas entressachar os pés pelas mãos tenho certeza que você já deve ter entressaviskyurghcof cof... Ou será que estou enganada?

O quê? Já sei, não entendeu nada e vai pedir ajuda aos universitários? Olha, sinto em lhe informar meu caro, mas dessa forma você não passará em nenhum concurso público. No entanto, se é que lhe serve de consolo, não passaremos, pois eu peço as cartas.

A verdade é que eu também desconheço essas palavras (ou seriam palavrões?) e se você estiver pensando “Como ela não sabe? Ela não era professora de português?” eis a resposta: “Era não, sou professora de português e não um dicionário ambulante” Capice?

O engraçado é que com uma freqüência considerável alguém me pergunta: “Taty! Como se escreve tal palavra, com s ou com z?”. Quando eu tenho certeza, respondo na lata, adoro facilitar, tem muitas palavras simples usadas no dia-a-dia que confundem à bessa. O duro é que em 99,9% das vezes a galera vem com aquelas palavras esdrúxulas (tudo bem, eu confesso, colei essa última do Aurelião meu amigão do coração) tiradas do fundo do baú, velhas e empoeiradas, que eu nunca li mais verdana. Eu me confundo toda, acho até que já me confundi menos quando estava na 4ª ou 5ª série, afinal era só decorar, mas eis que a minha pessoa resolve ser professora da própria língua e vai tentar entender as regras da dita cuja, aliás, entender o quê? Pois bem, se ainda assim você insiste em ser um Pasquale da vida, boa sorte, pois terá que ter muito jogo de cintura para não se contradizer.

O fato é que essas palavras não fazem parte do meu vocabulário, nego-me a acrescentá-las ao mesmo, não fazem à mínima falta e se você, meu caro, se deslindou hoje, seja bonzinho e não me cumprimente.
Convenhamos, mas exigir que o candidato ao cargo público, por exemplo, conheça essas palavras, é absurdamente um absurdo – com permissão da ênfase. Aí está o motivo pelo qual a gramática, e conseqüentemente nossa língua materna, muitas vezes é julgada tão complexa e odiosa. Não vejo motivo algum em tornar nossa língua portuguesa uma série de labirintos e adivinhas que não facilitam p**ra nenhuma nossa vida.

Para mim é um exagero saber o que é concupiscente, não acredito que essa palavra tenha feito falta em algum momento na vida de qualquer animal racional e espero, pelo menos, não ter sido concupiscente com ninguém, se o fiz, desculpae galera! Acho que mereço desculpas, pois realmente não foi tive essa intenção. *.*