sexta-feira, 4 de abril de 2008

Poeta aos 10

À caça de uma pasta para guardar minhas apostilas desse semestre que vivem espalhadas e sempre perdidas entre meus cacarecos, encontrei uma cor-de-rosa, um tanto quanto velha rosa, lembrava-me vagamente dela. Estava cheia de papéis, já abri mirando o lixo para desocupá-la de papéis velhos e inúteis e ocupá-las con mis nuevos de la clase de español, mas quando vi o conteúdo, ahhhhh, que saudade! Eram meus primeiros poemas, todos datados, a maioria de 1997 à 2000, tinham até lugar e horário, perfeccionista ao extremo, tem coisas que levamos para a vida toda não é!? Não tem jeito!

Temas variadississíssimos, mas a maioria de amor, amor incontido, amor não correspondido, amor platônico. Eu diria que temas realmente precoces para uma garota que somava, na época, apenas uma década de batimentos cardíacos. O engraçado é que, depois de tanto tempo sem ler os poemas, ao lê-los parece que a pessoazinha que escreveu (myself) realmente sentia aquilo que estava escrito, mas era tudo blefe, fingimento, era tudo fruto da perigosa e fértil imaginação. Vale retomar Pessoa: "O poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente". Não sei se sou poeta, pois agora escrevo quando tenho algo a escrever, mas posso dizer que fui poeta aos 10.

Um deles me chamou muito a atenção, escrito em 05 de junho de 2001, talvez por ser tão verossímil, destinado à minha sobrinha/afilhada que havia acabado de nascer:


Vida

Se um dia você vem alegrando meu coração
Querida menina, canto a ti uma canção
Coração de ouro, doce como o mel
sobre bases de prata, sob as estrelas do céu

Menina graciosa, tens um brilho sagrado
Menina virtuosa, nossos corações tens enlaçado
Tú és morena e formosa, uma açucena do vale
Menina preciosa, teu som és doce e suave

Teus lábios, fita vermelha
Teu choro, melodia
Metade de romã és tua face
E sua alegria, nos contagia

Bela feito a lua
Fulgurante como o sol
As estrelas, sua moldura
O teu canto, rouxinol (sic)


ps. Ah, como ficaram minhas apostilas? Continuam perdidas entre os cacarecos do quarto.

2 comentários:

ucareabout disse...

Faça um poema ou entre num dilema.
Cante uma canção ou morra em solidão.
Viva com humildade e me mostre que apesar de existirem tanto blogs por aqui...comentar no blog da tati, é só felicidade.

É isso ai Tati!!! Tá ótimo seu blog. =D

Parabens.

bejooooooooo
Leon

Túlio disse...

Aeeee poeteraaaaaaaaaa!!!!!!!
Que lindo taty esse q vc escreveu pra sua sobrinha, vc já mostrou pra ela??? Acho q ela vai amar!!!
Nem me fale nas apostilas da facul, eu tenho 6 pastas, uma de cada cor, amarela, verde, azul, vermelha, preta e transparente, uma pra cada semestre, tenho q um dia pegar, separar tudo por matéria e mandar encardenar e quem disse q tenho coragem???
Beijão!!!